Entre os meses de julho e setembro, aumenta a ocorrência de focos de calor
na região Oeste da Bahia, o que pode desencadear incêndios de grandes
proporções. Conforme estabelecido em diversas legislações ambientais, a
utilização do fogo em propriedades rurais apresenta restrições e está sujeita a
notificações e autos de infrações, caso seja utilizada de forma irregular.
O Decreto Florestal da Bahia, que foi publicado no dia 02 de junho de 2014,
proíbe o uso do fogo em florestas e demais formas de vegetação sem a devida
autorização dos órgãos ambientais competentes. Isso significa que o produtor
precisa atender a algumas condicionantes antes de iniciar uma queimada em sua
propriedade.
Na Bahia, o órgão ambiental que tem a autorização para liberar a utilização
do fogo é o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Inema, que
deverá avaliar a necessidade de utilização deste atributo, e ainda
estabelecer os critérios para minimizar os impactos. Além
disso, na ocorrência de fogo, o Inema deverá comprovar o
nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano
efetivamente causado.
Para evitar um problema maior, com o fogo saindo do controle, a diretora de
Meio Ambiente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba),
Alessandra Chaves, alerta que, além de atender a legislação, é preciso tomar
alguns cuidados, quando sua utilização for autorizada. “Quando da posse de
declaração de queimada controlada, sugerimos atenção no que se refere à direção
do vento, temperatura, manutenção de aceiros, além de informar aos vizinhos o
horário da prática”, lembrou Alessandra.
As Unidades de Combate à Incêndio implantadas pelos associados da Aiba em
parceria com as prefeituras municipais de São Desidério e Luís Eduardo
Magalhães, fazem um trabalho permanente de monitoramento, que é intensificado
nesta época do ano. “Os pontos de calor são identificados via satélite. Após a
identificação, a coordenada é enviada para o responsável da Unidade da região
do foco, que verifica e elabora um plano de combate ao incêndio. Depois disso,
é mobilizada a brigada voluntária treinada pelo Inema e o Corpo de Bombeiros
para efetivar o plano”, explicou o Analista Ambiental da Aiba, Eneas Porto.
Essas medidas evitam queimadas descontroladas em áreas destinadas à
produção, reserva legal e áreas de preservação permanente (APP). Esses
incêndios ocorrem em maior número nos próximos três meses, devido às altas
temperaturas, tempo seco e acúmulo de matéria orgânica no solo.
Ascom Aiba