Música, palavras de ordem e muitas remadas marcaram hoje (8) a
barqueata – passeata de barcos – na Baía de Guanabara, no Rio, para
cobrar ações concretas das autoridades na despoluição do local, um dos
mais ricos ecossistemas do estado e cujo entorno concentra mais de 70%
da população fluminense.
Dezenas de embarcações com ativistas,
pescadores, remadores, velejadores e representantes do movimento Baía
Viva foram da Marina da Glória, zona sul, onde ocorrerão competições de
vela durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 até a Urca, bairro que abriga o
morro do Pão de Açúcar. Um dos organizadores do encontro e fundador do
Baía Viva, o ecologista Sérgio Ricardo, lamentou que nos últimos 20
anos, desde a criação do movimento, milhões tenham sido gastos com
saídas simplistas.
Para o deputado Flavio Serafini (PSOL/RJ), presidente da Comissão Especial da Baía de Guanabara, criada em junho, o novo cronograma
anunciado pelo governo do Rio para limpeza da baía até 2030 é
insatisfatório. Segundo ele, os trabalhos da comissão devem levar 90
dias e o objetivo é apontar caminhos para a despoluição efetiva da baía.
Um dos compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional para
sediar as competições foi a meta de despoluir 80% da Baía de Guanabara.
Em julho do ano passado, o governo do estado anunciou novo plano de despoluição. No mesmo mês, o governo admitiu que o percentual não seria alcançado e que a despoluição ocorrerá em pelo menos 15 anos.
O esgoto doméstico é a principal fonte de poluição da baía, que tem 50
afluentes, mas o local também é vazadouro de esgoto industrial.
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