EM SESSÃO TUMULTUADA, ESTUDANTES INVADEM PLENÁRIO E PM RETIRA GRUPO
A sessão da tarde desta quarta-feira (9) na Assembleia Legislativa da Bahia, no Centro Administrativo do Estado, em Salvador, foi interrompida após uma manifestação que terminou em tumulto e invasão ao plenário. A Polícia Militar atuou para a retirada de manifestantes. A situação começou quando estudantes invadiram o comitê de imprensa que fica dentro do plenário. A PM e os seguranças da Casa entraram no espaço para retirá-los, quando começou a confusão. A polícia conseguiu retirar alguns estudante à força. Outros manifestantes pularam a mureta que separa o comitê do plenário.
Os estudantes que conseguiram acessar o plenário permaneceram no local onde ficam os deputados e a sessão foi interrompida. Por volta das 16h15, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, negociava com os estudantes para que deixassem a área. Logo depois de uma breve negociação, os manifestantes deixaram o espaço, mas o clima continuou tenso.Durante o tumulto envolvendo a polícia, alguns estudantes saíram com as camisas rasgadas.
Os estudantes que acompanhavam a sessão protestam contra o Projeto de Lei 21.624, que compõe a pauta de votações do dia. Esse documento institui o Plano Estadual de Auxílio Permanência aos estudantes das universidades públicas estaduais.
Os manifestantes dizem que esse plano irá dificultar o acesso dos discentes aos benefícios de assistência estudantil. "Traz várias condicionantes. Por exemplo, o aluno não pode ser reprovado em duas disciplinas, senão perde o direito ao benefício", disse o estudante Diego Brito, que integra o movimento.Servidores
O projeto de lei que modifica o regime de concessão de vantagens no funcionalismo público da Bahia não será votado nesta quarta-feira, segundo anunciou em plenário o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o deputado estadual Marcelo Nilo, por volta das 15h. A votação estava na ordem do dia, o que gerou uma série de protesto dos servidores estaduais e paralisação das categorias profissionais. O projeto de 21631/2015 pode alterar a estabilidade financeira, férias e licença-prêmio do funcionalismo público, segundo informou o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Bahia (Sinpojud). Os servidores criticam ainda a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 148/2015, que também trata do tema e que deve ser votada a partir do dia 7 de janeiro.
"Nunca esteve programado votar o projeto dos servidores hoje. Só votaremos, se tudo correr bem, depois do dia 7 de janeiro, depois da votação da PEC. Foi um equívoco do diretor do site, mandei retirar. O projeto está na ordem do dia. Não posso retirar nenhum projeto da ordem do dia, mas só será votado depois da votação da PEC", disse Marcelo Nilo. Durante a fala, Nilo era interrompido pelas manifestações dos servidores que ocupavam as galerias. Os servidores públicos que lotaram as áreas interna e externas da Casa foram monitorados por um forte esquema de segurança, com presença da Polícia Militar e de gradis de contingenciamento.
"A gente precisa garantir a manutenção dos direitos conquistados. Entendemos que os trabalhadores não podem pagar as contas diante de erros do governo. Se precisa de cortes, por que não corta dos altos cargos?", perguntou Djalma Reis, diretor administrativo do Sindsaúde.
Participaram da mobilização integrantes de entidades como Nova Central, Aduneb, Sinpojud, Sindisefaz, Sindsaúde, Adufs, Adusbe, Acadepol, Sinteste. "Diretos históricos estão ameaçados. Temos que lutar contra esse pacote de maldades. Nunca foi visto um bloqueio dessa natureza aqui. Se o projeto for aprovado, vamos invadir. Não vamos arredar pé", disse Bernadino Gayoso, secretário-geral do Sidipoc.
O diretor de imprensa do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Bahia (Sinpojud), Zenildo Castro, reclamou que o projeto faz mudanças em direitos conquistados ao longo dos anos pelos funcionários. “Estamos todos em protesto. A paralisação é de 24h. Serão mantidos serviços essenciais, de urgência, audiências de saúde e de presos, cumprimento de alvará de soltura, além de audiências agendadas que serão mantidas”, disse o sindicalista.