O ajuste no mercado de trabalho tem-se concentrado no segmento de empregos formais, em particular na indústria de transformação no Sul e Sudeste, e na construção civil, no caso de Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Essa constatação foi apresentada nesta sexta-feira, 19, pelo Banco Central por meio do boxe “Disseminação da Crise Econômica: uma análise regional”, que acompanhou a divulgação do boletim regional. O documento também cita que os rendimentos do trabalho, após aumentarem por vários anos acima da produtividade, recuaram em 2015, exceto no Centro-Oeste, onde esse movimento iniciou-se no primeiro trimestre do ano anterior. “Este boxe avalia a disseminação da crise econômica atual pelas regiões do país, com ênfase em indicadores relacionados a investimentos, ao consumo, à indústria e ao mercado de trabalho” explicou o BC no início do documento. De acordo com o boxe, a evolução do emprego vem repercutindo o processo de retração observado na economia do país. Após apresentar desaceleração na criação de postos de trabalho formais no período do primeiro ao terceiro trimestre de 2014, o mercado de trabalho do Brasil, registrou, de acordo com o BC, “corte crescente” de vagas no intervalo do quarto trimestre de 2014 até idêntico período do ano passado. Nesse período, o número de empregos formais acumulou retração de 3,8%. O BC constatou que o processo de cortes de empregos formais se iniciou no quarto trimestre de 2014 em todas as regiões, exceto no Sul, onde começou no início do ano passado e mostrou-se mais brando, acumulando redução de 3,0% até o fim de 2015, com ênfase nas contribuições da construção civil e da indústria de transformação. Nas demais regiões, conforme o boxe, destacaram-se as reduções acumuladas do quarto trimestre de 2014 até iguais meses do ano passado de 6,1% no Norte e de 4,1% no Sudeste.