GOVERNO E OPOSIÇÃO PRESSIONAM MINISTROS DO STF POR DECISÃO DE IMPEACHMENT


Governo e oposição estão pressionando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por causa do julgamento do recurso apresentado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que o tribunal reveja sua decisão em relação ao rito do impeachment da presidente Dilma Rousseff.O Supremo decide nesta quarta-feira, 16, sobre os embargos de declaração apresentados pela Câmara. Enquanto o governo quer manter o que foi decidido pelo ministro Luís Roberto Barroso e acompanhado pela maioria dos demais ministros, a oposição quer reverter três pontos da decisão: os vetos à chapa alternativa e ao voto secreto para eleição da comissão especial e, por último, a decisão de dar ao Senado poder para rejeitar o processo de impeachment.No STF, Barroso recebeu nesta segunda-feira, 14, o ministro José Eduardo Cardozo. Recém-saído do Ministério da Justiça, Cardozo teria agendado uma visita institucional como novo advogado-geral da União, segundo a assessoria de comunicação. 

O encontro não constava na agenda do novo chefe da AGU, mas apareceu na agenda de Barroso.Nesta terça-feira, 15, o ministro do STF, que é o relator do recurso proposto pela Câmara questionando o julgamento, recebe o deputado Wadih Damous (PT-RJ) e, mais tarde, um grupo de parlamentares da oposição. Nos dois casos, as audiências irão tratar do julgamento marcado para quarta-feira.Os oposicionistas tiveram reforço dentro da própria Corte para fazer visita aos ministros e tentar convencê-los da possibilidade de alterar entendimento sobre a composição da comissão especial do impeachment na Câmara. Um dos ministros, vencido no julgamento, chegou a sugerir a um deputado que procurasse os colegas. A ala oposicionista do PMDB vai levar ao comitê do impeachment na Câmara, em reunião no final da manhã desta terça-feira, a proposta de abordar os ministros do Supremo que acompanharam Barroso para tentar convencê-los a mudar de voto. “Tenho expectativa em relação a uma revisão dos três aspectos controversos principais”, disse o deputado Carlos Marun (PMDB-MS).