GRUPOS A FAVOR E CONTRA LULA LEVAM TENSÃO ÁS RUAS
No começo da noite de ontem, cerca de 500 pessoas ocupavam o vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, esperando o início do ato contra o ex-presidente Lula e o governo da presidente Dilma Rousseff, segundo estimativa da Polícia Militar. O protesto foi convocado pelo Movimento Brasil Livre. No trio elétrico levado pelos organizadores, foi colocado um boneco gigante de Lula com roupa de presidiário, conhecido como Pixuleco. Como o movimento de manifestantes não era grande até as 19 horas, apenas uma pista havia sido interditada. Um efetivo de cerca de 200 policiais militares foi deslocado para acompanhar o ato. Manifestantes favoráveis e contrários ao PT participaram dos primeiros atos de rua de ontem na frente do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, durante o depoimento do ex-presidente Lula à PF. Viaturas da Polícia Militar acompanharam o protesto e tentaram impedir que as vias de acesso ao aeroporto fossem fechadas, mas mesmo assim houve bloqueios temporários e confronto entre os grupos. O número de detidos nos protestos não foi divulgado. Os atos se dividiram entre o saguão principal do aeroporto e o pavilhão de autoridades, com cerca de um quilômetro de distância. Às 10 horas um grupo de pelo menos 50 pessoas se concentrava na frente da sede da PF para protestar conta o ex-presidente. O aeroviário desempregado André Colosimo foi o primeiro a chegar. Ele levou bonecos infláveis de Lula e da presidente Dilma Rousseff e usava uma máscara do policial federal Newton Ishii. Lula foi chamado de “ladrão” em coro. O confronto teve início com a chegada do grupo de favoráveis ao ex-presidente. Eles rasgaram cartazes e bonecos plásticos que representavam Lula. Insultos partiram dos dois lados. Quando o depoimento foi encerrado, os grupos se dirigiram ao pavilhão de autoridades do aeroporto para tentar encontrar o ex-presidente. Um repórter da TV Globo foi hostilizado e impedido de gravar, sob gritos de “golpista”. Com a briga, a maior parte dos opositores de Lula deixou o local.