O ex-presidente Lula voltou a alegar inocência das acusações que tem sofrido na Operação Lava Jato, durante entrevista, na manhã desta quinta-feira (13), ao radialista Mário Kertész, na Rádio Metrópole. “Continuo desafiando a qualquer empresário brasileiro a provar que eu pedi 10 reais a quem quer que seja”, disse Lula, ao se referir à delação premiada do empreiteiro Marcelo Odebrechet. “Eu até compreendo que o Marcelo já está preso há dois anos, deve estar comendo o pão que o diabo amassou, e deve estar criando condições para sair da cadeia”, afirmou.
Durante a entrevista, o ex-presidente ainda atribuiu a uma parte da elite brasileira, que segundo ele, estaria por de trás de tudo isso para inviabilizar a sua candidatura a presidente em 2018. “Cada acusação dessa mexe com minha honra, mexe com meu brio e eu sinto muito mais vontade de brigar”, garantiu Lula, que deixou transparecer que, em uma eventual eleição sua, o país voltaria a crescer, ser feliz e ter emprego para população.
Lula também culpou parte da imprensa pelos ataques que tem recebido. “Todo santo dia tem um grande canal de televisão passando uma matéria contra mim, ao todo já foram 16 horas de Jornal Nacional contra o Lula”, reclamou o ex-presidente, ao falar da cobertura do principal telejornal da TV Globo.
Na avaliação do ex-presidente, seus adversários não aceitam o fato de que “foi no governo do PT que o pobre pôde comer três vezes ao dia, andar de avião e entrar na universidade”. Ao comparar o desempenho do segundo governo de Dilma Rousseff com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula atribuiu o insucesso da primeira as ações do ex-presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha. “Ele tentou atrapalhar todas as reformas propostas por ela. Se todas as reformas tivessem sido votadas em tempo hábil, parte da crise (econômica) teria sido debelada.
O problema da Dilma é que ela teve um presidente da Câmara que trabalhava sistematicamente para prejudicá-la”. Para Lula, o país está paralisado pelas ações da Operação Lava Jato. Segundo ele, toda a classe política “está com medo, está acovardada”. Para o ex-presidente, “o que não está correto é o Brasil está sendo governado tendo como base uma investigação. Daqui a pouco vão colocar o Papa Francisco nesse negócio”, ironizou. Lula, que vai prestar depoimento ao juiz Sergio Mouro no próximo dia 3 de maio, se disse tranquilo quanto à ameaça de ir para cadeia. “Eu acho que não vou ser preso, pois não existe nenhuma prova contra mim”, concluiu.